Desgaste no Quadril. 10 Sinais e Sintomas.

Tempo de leitura: 9 minutos

O que é o desgaste no quadril?

O desgaste no quadril (artrose no quadril) é um problema muito frequente e limitante. Ele é o envelhecimento da cartilagem articular que é responsável pela movimentação articular livre e sem dor. Quando a cartilagem está desgastada, a articulação do quadril não consegue mais se movimentar livremente e suportar carga, provocando dor e restrição de movimento.

Cerca de 10% da população acima de 45 anos tem desgaste no quadril com sintomas dolorosos e quase 30% da população tem alterações de desgaste no quadril nos exames de imagem como radiografia ou ressonância magnética.

Caso você tenha uma suspeita de desgaste no quadril, estes são 10 Sinais e Sintomas mais frequentes , e que podem indicar uma avaliação com o especialista em cirurgia do quadril.

  • Dor na região da virilha.
  • Rigidez da articulação do quadril. Perda de mobilidade.
  • Dor para levantar de cadeiras baixas ou do vaso sanitário.
  • Marcha claudicante, ou marcha “manca”.
  • Dor para se agachar e colocar o calçado.
  • Dor para subir e descer escadas.
  • Dor para entrar e sair do carro.
  • Sensação de travamento, estalidos, ou crepitação do quadril.
  • Diminuição da capacidade de caminhar.
  • Desânimo para realização das atividades diárias.

Veja também o vídeo no Youtube sobre este assunto.

 

  1. Dor na região da virilha.

A dor na região da virilha , ou região anterior do quadril talvez seja a característica mais comum do quadril que está desgastado. Isto ocorre pela característica de inervação da articulação que ocorre pelas mesmas raízes nervosas que inervam a região da virilha e face anterior da coxa.

A dor na região da virilha pode ocorrer por causa de outras doenças, mas é muito característica do quadril que tem sua cartilagem desgastada.

 

2. Rigidez da articulação do quadril. Perda de mobilidade.

Um dos sinais de que uma articulação está desgastada é a perda de sua função, que é justamente a capacidade de movimentar a articulação sem dor. 

Quando uma articulação está desgastada, ela inflama, e o movimento começa a causar dor. O resultado disso, é que o próprio paciente começa a movimentar menos a articulação como forma de se proteger da dor.

Desta forma, estruturas de partes moles como cápsula, músculos e tendões ficam retraídos diminuindo mais ainda a mobilidade da articulação.

 

3. Dor para levantar de cadeiras baixas ou do vaso sanitário.

Outra característica marcante dos pacientes com artrose do quadril é a dificuldade de se levantar de cadeiras baixas e do vaso sanitário.

Isto ocorre pois no momento de elevação, existe um aumento súbito de carga e pressão na articulação do quadril, que se estiver desgastada, irá levar a uma piora da dor.

Ilustração de um quadril normal e um quadril com desgaste
Ilustração de um quadril normal e um quadril com desgaste

4. Marcha claudicante, ou marcha “manca”.

O perfeito funcionamento da articulação do quadril é fundamental para uma marcha equilibrada e sem dor. Quando o quadril está desgastado, o movimento e alteração de cargas sobre a cartilagem danificada pode causar dor.

Um reflexo imediato , é a diminuição da amplitude de movimento da articulação durante a marcha e encurtamento do passo durante o passo da marcha sobre o quadril  desgastado. 

Todo esse movimento de marcha com objetivo de diminuir a dor, acaba causando a “marcha manca” ou marcha claudicante.

 

5. Dor para se agachar e colocar o calçado.

Por mais que pareça uma atividade simples, colocar um simples calçado fica cada dia mais difícil para quem tem artrose no quadril.

Isto ocorre pois o movimento de colocar o calçado implica em grande flexão do quadril e aumento de carga na articulação, mesmo que o paciente esteja parado.

Uma boa alternativa paro os pacientes que têm artrose do quadril e dor para colocar os calçados, é substituir os calçados com cadarço por tênis ou sapatos  do tipo “mocassim” que não necessitam ser amarrados, e adquirir um calçador de sapatos longo que facilita a colocação de calçados.

Cartilagem do fêmur desgastada
Cartilagem do fêmur desgastada

 

6. Dor para subir e descer escadas e para entrar e sair do carro.

Esta queixa é muito comum nos pacientes com artrose avançada do quadril. Com a progressão do desgaste, as dores são piores em atividades com flexão do quadril com carga  e movimentos rotacionais. 

Atividades cotidianas como subir e descer escadas e entrar e sair do carro vão ficando mais difíceis , necessitando do apoio das mão e do outro membro para serem executadas.

 

7. Sensação de travamento, estalidos, ou crepitação do quadril.

Em muitos casos de desgaste no quadril , pode haver destacamentos de fragmentos de cartilagem e processo inflamatório na articulação (sinovite). 

Estes fatores provocam ruídos chamados de estalidos , ou o famoso “crek crek”.

cabeça do femur desgastada
cabeça do femur desgastada

8. Diminuição da capacidade de caminhar e uso de apoios 

O quadril é fundamental para um correto movimento de marcha eficiente e sem dor. O desgaste do quadril em uma área de carga impede o perfeito deslizamento da articulação e provoca dor no momento do apoio do membro.

Isto leva à uma diminuição da capacidade de andar do paciente que necessita parar após alguns passos para alívio da dor ou a necessidade do uso de apoios como muletas ou andador. 

 

9. Diminuição da atividade sexual.

O desgaste no quadril pode atingir muitos pacientes com vida sexual ativa. Isto pode ser um grande problema pois a dor e a limitação de movimentos pode diminuir a vontade de fazer sexo (libido) ou prejudicar o ato sexual por conta dos sintomas acentuados.

 

10. Desânimo para realização das atividades diárias.

O desgaste no quadril é um problema progressivo e limitante. É muito difícil assimilar a perda de função e de qualidade de vida que ela causa.

O quadro de dor constante e limitação para pequenas atividades diárias afeta muito o psicológico dos pacientes. É muito difícil conviver com isso.

Quando as dores estão fortes e o desânimo está muito forte, é bom lembrar que sempre existe a solução da cirurgia. Procure um especialista de quadril de confiança!

Radiografia de Prótese de Quadril
Radiografia de uma Prótese de Quadril

 

Quantos destes sintomas preciso ter para ter indicação de cirurgia?

Não existe um número específico de sintomas  que defina o momento exato de realizar a cirurgia de prótese de quadril . 

Quanto maior o número de sintomas e quanto maior a intensidade deles, maior a chance de ser indicada uma cirurgia  de substituição da articulação do quadril por uma prótese sintética.

 

Quem tem desgaste no quadril pode fazer caminhada?

Isto depende. Nos casos leves e moderados nos quais o desgaste do quadril está controlado e o paciente consegue fazer caminhada sem sentir dor, parece haver um benefício.

Nos pacientes em que o desgaste é acentuado, a caminhada pode provocar dor e piorar o desgaste.

Qualquer atividade deve ser discutida com o médico que acompanha o paciente .

O que causa desgaste no quadril?

Existem algumas causas relacionadas ao desgaste prematuro da cartilagem do quadril. Dentre eles podemos citar:

  • Causas genéticas familiares.
  • Má – formação do quadril (Displasia do quadril).
  • Excesso de atividades de carga.
  • Excesso de peso.
  • Sequela de fraturas.
  • Osteonecrose.
  • Impacto femoroacetabular.
  • Sequelas de infecções articulares.
  • Doenças inflamatórias reumáticas (ex: artrite reumatóide).

 

Desgaste no quadril. O  que fazer?

É muito importante fazer uma avaliação e acompanhamento com especialista em quadril para verificar as opções de tratamento para cada caso.

Primeiro deve ser feita uma consulta de avaliação na qual serão solicitados exames como  radiografias simples que podem confirmar o diagnóstico na maioria dos casos. Em outros, podem ser necessários outros exames como ressonância magnética.

Após o diagnóstico, o médico irá avaliar se do desgaste é leve  ou moderado em que possa ser feito um tratamento consrvador sem cirurgia, ou se existe um caso de desgaste grave em que a melhor opção seja a cirurgia de artroplastia total do quadril.

 

Qual o tratamento para desgaste no quadril?

Temos basicamente 2 linhas de tratamento para o desgaste no quadril:

– Tratamento conservador sem cirurgia

– Tratamento Cirúrgico

 

O tratamento conservador sem cirurgia consiste basicamente em:

  • Mudança de hábitos que causem dor.
  • Orientação postural.
  • Uso de analgésicos e anti- inflamatórios.
  • Uso de medicamentos condroprotetores (glucosamina, condroitina).
  • Uso de apoios como bengalas, muletas e andador.
  • Adaptação de atividades do trabalho.
  • Acupuntura.
  • Infiltração do quadril.
  • Viscossuplementação do quadril.

O tratamento cirúrgico para o desgaste no quadril avançado é indicado quando o paciente é muito sintomático  e o tratamento conservador não deu resultado.

A cirurgia consiste na remoção da articulação desgastada e substituição por prótese. A prótese é chamada de prótese total de quadril e a cirurgia é chamada de artroplastia total do quadril.

O tratamento cirúrgico deve ser evitado quando ainda existe cartilagem suficiente para manter movimentação e atividade do paciente com dor controlada, mas é uma ótima opção nos casos de desgaste avançado.

 

Desgaste no quadril tem cura?

O desgaste da cartilagem do quadril que ocorre ao longo dos anos é irreversível, ou seja, o desgaste no quadril não tem cura, mas existem uma série de tratamentos que podem aliviar seus sintomas, ou resolver o desgaste de forma definitiva com a cirurgia de prótese de quadril (artroplastia do quadril).

 

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Referências:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5760056/

https://www.webmd.com/osteoarthritis/hip-osteoarthritis-degenerative-arthritis-hip

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O Dr. Daniel é Oncologista Ortopédico  e Especialista em Cirurgia do Quadril, tendo grande reconhecimento nessa área pelo Brasil e mundo afora. Hoje ele é credenciado e realiza cirurgias em Hospitais famosos como: Albert Einstein, Hospital Sírio-Libanes, Oswaldo Cruz e Hospital Santa Catarina, sendo referência no tratamento de problemas oncológicos ortopédicos e também como Especialista em cirurgia do quadril.

Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT)
Membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Ortopédica
Membro da Sociedade Internacional de Salvamento de Membro (ISOLS)
Médico Assistente do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP)
Médico Consultor do Grupo de Oncologia Ortopédica do Hospital Mário Covas da Faculdade de Medicina do ABC
Membro da diretoria da Associação Brasileira de Oncologia Ortopédica